Não há um "quem sou", nem um "o que serei", só existe neste presente eterno um "o que estou" e o um "o que fui"!
sábado, 18 de dezembro de 2010
Nascemos Mortos
Esses dias vi que tenho umas das maiores relíquias do mundo na minha casa. Minha avó. Estávamos conversando sobre sua vida e coisas que ela viveu e viu de perto, pessoas saindo de suas terras e vindo para São Paulo, Militarismo, jovem guarda. Logo me dei conta que muitas ações artísticas, políticas, literárias eram feitos com mais sentindo e amor por seu criadores. Mentalmente comecei a comparar as suas estórias com o que via nos dias de hoje e comentei com ela que não via essa mesma paixão na atualidade e ela me disse a grande frase:
-Vocês nasceram mortos!
Pensando profundo sobre essa observação, admiti a mim que ela estava certa ao olhar e buscar um pouco de vida nas coisas feitas e criadas em nossas épocas apenas vi um vazio grande, uma criação sem alma, assuntos sem objetividade, musicas pobres em metáforas. Assuntos que se tratavam de o que tal artista fez no cabelo ou as roupas que tal cantor usava ou as cores da moda. Ideias e conversas mortas, musicas mortas, arte moribunda. Ou em outras palavras nada mais nasce de nós, pois estamos mortos, nascemos mortos!
Quando a busca por assuntos mais profundos surge é apenas como marketing para o criador do assunto que o elabora, apenas para mostrar que em seu intelecto existe um resquício do que os demais não se interessam e o orgulho por dominar parte de um assunto morto logo brilha em seu semblante.
O assunto não é passado mais com o mesmo desejo e força que lhe dava vida e sim como mais uma vantagem de se mostrar como um ser mais vivo. Ou melhor do que o outro. Acredito que isso é que nos mata dia-a-dia. O que mostra que estamos vazios ou melhor que estamos mortos.
Enquanto conversava com minha mãe sobre suas aventuras e ações juvenis pude ver em seu semblante e em seu olhar que aquilo ainda dava uma centelha de vida e vi que isso era o proposito pelo qual ela fez e tomou aquelas decisões. Quando nas rodas de bares se conversava sobre um país melhor , quando a palavra liberdade era realmente um estandarte, quando virar ator era o mesmo de virar um soldado para ir a uma guerra social. Eu podia ver vida passar por suas palavras e ganhar forma.
Nascemos mortos, isso é uma conclusão clara e obvia para mim, a culpa? Nunca saberei dizer, se é 100% nossa ou se somos vitimas de um quase sucesso de nossos pais. Mas no fundo o que martela a minha mente é, ha ressureição para nós? ou Queremos ser ressuscitados? Será que vamos permanecer assim fracos, frios , vazios ... será com vamos permanecer mortos?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário